Estou mudando o blog

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terça-feira, abril 29, 2003

"SMACK: Sua melhor amiga!"

Eu ADORO este slogan!

sexta-feira, abril 25, 2003

Engraçado, eu acabei de ler esse banner que vive grudado em cima do meu blog e comecei a fazer algumas conjecturas a respeito de (advinhem) publicidade. A Internet é ainda uma das coisas mais democráticas existentes nesse nosso planetinha de merda, a prova disso é que eu posso usar a palavra "merda" livremente aqui e, se eu quisesse, poderia usar outros palavrões como cu, caralho, boceta e Regina Duarte. Mas foi só meterem a tal da publicidade da história e pronto: fodeu tudo. Hoje em dia ninguém consegue criar uma página sem que ela tenha dez janelas de anúncio que ocupam a tela inteira e ocultam o botão "fechar". Não se pode baixar um software completo sem que apareçam, nas horas mais inoportunas e do nada, anúncios de dispositivos para aumento do tamanho do pênis. A não ser, é claro que você envie vinte dólares para uma conta bancária obscura nos Estados Unidos colocando seu número de cartão de crédito à mercê de hackers, aí sim fazem a caridade de remover os anúncios do nosso sistema.

Falando francamente: vocês alguma vez se sentiram compelidos a clicar em algum desses anúncios ou banners que aparecem nas páginas que vocês visitam? Vocês realmente acreditam que um banner aqui e ali farão um produto ou uma página serem mais procurados? A publicidade via internet é uma das maiores farsas criadas no mundo moderno, calcada na crença errônea de que os usuários da internet são navegadores errantes que clicam em qualquer botãozinho colorido que vêm pela frente. E o pensamento de que alguém está realmente ganhando dinheiro com isso é suficiente para fazer minha cabeça girar.

Vocês já assistiram a um episódio de Futurama em que Fry está sonhando e, de repente, aparece um anúncio de uma marca de cueca no meio do sonho dele?
OUTDOOR ASSUSTADOR 2 - São tempos assustadores. Já faz um ano que eu estava a caminho da faculdade quando me deparo com um outdoor com a palavra "PAZ" escrita em letras garrafais, sobre um fundo metálico, coberta de buracos de bala. A legenda: "enquanto ela não vem, blinde o seu carro".

Quanto bom gosto, não acham?

quarta-feira, abril 23, 2003

Tá certo que ser assinante de todas as modalidades existentes de TV paga tem suas muitas vantagens, mas se eu assistir mais uma vez ao comercial da escova rotativa RevoStyler no canal da Fox eu vou me jogar pela janela. Alguém sabe do que eu estou falando? É uma escova de cabelo que funciona a pilha e, quando ligada, -rufar de tambores- ela GIRA! Sim, você não precisa mais levantar o braço e fazer movimentos de subida e descida ao se pentear, com a revolucionária RevoStyler isso é coisa do passado! "Mas o que torna a RevoStyler tão especial, além do fato de que ela gira?", você perguntaria. Com tecnologia de ponta, nossos pesquisadores desenvolveram o inovador sistema de cerdas! Isso mesmo, CERDAS! Elas passam entre os fios do cabelo!




O comercial inteiro é um compêndio de técnicas publicitárias descaradas. Truques de câmera, modelos que acabaram de passar sete horas no salão de beleza abanando a tal da escova prá lá e pra cá, animação computadorizada mostrando a escova girando (oooooooohhhhhh), tudo pra convencer o telespectador de que a escova tem poderes mágicos de alisar os cabelos em menos de dez minutos. Ah, e a melhor parte, o antes e o depois das coitadas que compraram a RevoStyler.



Mas ela estava apenas despenteada antes!


 
 Cadê a diferença? 




Me engana que eu gosto.

As que aparecem no comercial são ainda piores, todo mundo que assiste acha que elas estavam melhores antes de comprar a escova. Tem até uma cuja única diferença entre o antes e o depois é que, no depois, ela está com luzes no cabelo! Milagrosa essa RevoStyler, hein?
Sim!!! Inauguro agora a era dos testes de personalidade para bloggers! Eu já me vendi para o establishment mesmo, agora é hora de fazê-lo em grande estilo! E nada melhor do que um teste para descobrir que personagem de videogame pré-1985 eu sou, não é verdade? A melhor parte é que, por maior que tenha sido o número de games que joguei (e ainda jogo) ao longo da minha existência, saiu no teste um jogo do qual nunca ouvi falar na minha vida. Acho que preciso jogar ainda mais videogame.


What Video Game Character Are You? I am Mr Do.I am Mr Do.


I am sedentary by nature, enjoying passive entertainment, eating when the mood takes me, and playing with my food. I try to avoid conflict, but when I'm angered, I can be a devil - if you force me to fight, I will crush you. With apples. What Video Game Character Are You?

segunda-feira, abril 21, 2003

INTERVALO 1 - Minhas meias de mapa-mundi

Em dias frios como os que passei nesse feriado é bom andar dentro de casa calçando uma meia. Ocasiões como estas são raras, considerando nosso clima, em que há uma estação quente e chuvosa e outra bem quente e seca. Mas eu prefiro dias frios e nublados, quando todo mundo em casa está lendo ou dormindo, e aí eu coloco minhas meias de mapa-mundi.

Minhas meias de mapa-mundi já foram do meu irmão mais velho, e durante o período em que elas ainda pertenciam a ele eu o invejei incrivelmente. Cheguei a usá-las, escondido, uma vez ou outra, e então elas retornavam à gaveta do meu irmão. Comecei a fazer isso com uma freqüência cada vez maior, usando-as para ir para a escola, até que um dia elas voltaram para a minha gaveta. Alguém poderia dizer que eu as roubei, mas você não pode roubar algo que pertence a você. Aquelas meias sempre foram minhas, de certa forma.

Minhas meias de mapa-mundi não são chamadas meias de mapa-mundi por nada. Elas são cinzentas e tem um desenho de um mapa-mundi bordado com linha azul, com as bandeiras de alguns países (como Brasil, Rússia e Japão) desenhadas, com linha colorida, em cima de onde eles estão localizados no mapa. No Oceano Pacífico, ao longo da costa da América Central e da América do Sul, tem uma inscrição dizendo "PUKET". Deve ser o nome do fabricante, se eu me lembro bem essa meia foi trazida da Alemanha por minha prima que mora lá. O tecido não é nem muito fino nem muito grosso, na medida ideal para esquentar os pés mas sem me fazer sentir calor. O elástico da meia perdeu parte de sua força com os anos, mas é forte o suficiente para se fechar gentilmente no meu tornozelo. Já faz um bom tempo que eu tenho essas meias, e hoje dou graças por meus pés já terem parado de crescer.

Ano passado eu ganhei umas meias com um desenho do Homer Simpson jogando golf. Gosto bastante delas, mas as meias de mapa-mundi ficam um pouco ciumentas quando falo sobre elas.

quarta-feira, abril 16, 2003

Para o terrível desapontamento dos três leitores deste blog, amanhã de manhã estarei partindo em uma viagem rumo à não-civilização. Isso mesmo, nada de computador com acesso à internet ou novas mensagens até segunda-feira. Não tenho muita coisa para comentar agora também, mas gostaria de reproduzir um trecho da matéria de capa do caderno Ilustrada, da Folha de São Paulo de ontem, falando no novo projeto de criminalização do jabá; vocês sabem, aquele "por fora" que as gravadoras pagam às rádios para que determinadas músicas (por exemplo, aquela do L.S.Jack) toquem o tempo inteiro em sua programação.

Segundo o deputado Fernando Ferro, as rádios teriam pelo menos a obrigação de deixar claro que determinada música está sendo tocada mediante pagamento. "Seria uma maneira de dividir o espaço editorial do publicitário, deixando claro que a seleção da música foi resultado de negociação financeira."

Antonio Rosa Neto, presidente do GPR (Grupo dos Profissionais do Rádio) não concorda com a separação e compara o jabá de rádio ao merchandising nas novelas.

"Se o consumidor souber que alguém pagou para aquele produto entrar na história, a propaganda perde a força. Da mesma forma seria se o ouvinte soubesse que uma música está no ar porque houve pagamento."
Para o parlamentar, essa distinção seria obrigatória, principalmente pelo fato de TVs e rádios serem concessões públicas.


Rosa Neto também refuta esse argumento. "Emissoras são empresas e têm de faturar."

Preciso comentar alguma coisa?

domingo, abril 13, 2003

OUTDOOR ASSUSTADOR 1 - "Deu tudo positivo". Essa foi a frase que o Laboclin, um laboratório de análises clínicas, escolheu para comemorar seu primeiro lugar no prêmio Top of Mind. Aliás, a única coisa que o Top of Mind premia é a quantidade de dinheiro gasta em publicidade por determinada empresa, portanto nem preciso dizer o quão discutível é comemorar um 'feito' como esse. E foi então que um amigo que estava do meu lado levantou a hipótese de que talvez o teor esdrúxulo da frase desse outdoor tenha sido intencional, e que aquilo era, na verdade, uma piada feita pelo Laboclin. Tomem a mim como exemplo; os profissionais da área de saúde não tem nenhuma inteligência e senso de humor, logo não poderiam ter feito uma piada tão sutil.
A cidade está coalhada de anúncios dessa tal nova operadora de celular, Vivo, com aqueles bonecos coloridos translúcidos. A coisa que eu mais odiei a respeito disso foi o uso daquela velha técnica de propaganda que consiste em fazer mistério em relação ao nome da marca, como se alguém se importasse com isso. A última coisa de que a sociedade precisa agora é mais uma operadora de telefones celulares.

sexta-feira, abril 11, 2003

Bem que eu imaginava que este assunto da última mensagem ia me render uns bons frutos... Ontem meu irmão fez uma busca no google com as palavras "garbage" "cherry lips" e "rexona" e, como eu suspeitava, eu não estou sozinho!!! Diversos outros blogs fizeram referência a este descaradíssimo plágio, a maioria deles, assim como eu, reconhecendo que a música de fundo do tal comercial do Rexona não passa de uma cópia barata da canção do Garbage. Em outros blogs, porém, algumas pessoas (pasmem) ficaram deprimidas porque (parafraseando) "na música não tem aquele refrãozinho: Run baby run... infelizmente.... Snif... que decepção..." Não acreditam? Leiam e vomitem.

Calma, ainda vem a melhor parte. Aparentemente uma dessas imbecis ficou tão obcecada com o plagiozinho do Rexona que chegou a enviar uma carta para o serviço de atendimento ao consumidor da empresa só pra saber de quem era a tal da música, e foi isso que eles responderam (sem brincadeira):

Prezada Sra. Gabriela,
Agradecemos o seu contato, o que demonstra seu interesse por nossos produtos e serviços.
Nesta oportunidade, informamos que a música tocada na propaganda de Rexona foi especialmente desenvolvida para este comercial, tendo como referência a música Run Baby Run, do grupo Garbad.
Caso necessite de mais informações, continuamos à disposição.
Atenciosamente,
Maria Angélica Gonçalves
Gerente de Relacionamento com o Consumidor


...

Ok, preciso me recompor. Há coisas a serem ditas sobre essa carta. Calma, calma, vamos lá. Ok.

Não só a Rexona admitiu que a música é 'baseada' em uma música já existente, como demonstrou ser ainda mais ignorante do que as consumidoras que adoraram o comercial. Run Baby Run do Garbad?!!! Eu perdi um dez anos de vida depois dessa. A pior parte foi ler em outra merda de blog a menina perguntando "Mas que porra de Garbad é esse? Já procurei na internet e nada!!" DÃÃÃÃÃÃ...

E foi então que resolvi procurar as palavras "cranberries" e "nokia" no google e encontro isso. Se vocês descerem até o final da página, poderão ler isto que se segue:

A Nokia agradece seu e-mail. Informamos que a Trilha Sonora foi composta especialmente para o comercial da Nokia, pela produtora de som Ludwig-Van, não pertencendo a nenhuma banda. Estamos à sua disposição para quaisquer outros esclarecimentos através de nosso site www.nokia.com.br e nossa Central de Atendimento através do telefone (11) 5681-3333, de segunda a sábado, das 08:00 às 22:00h.
Cordialmente,


CENTRAL DE ATENDIMENTO NOKIA

É engraçado que eles tenham tido a cara de pau de usar nesta resposta expressões como "composta especialmente para" e "não pertencendo a nenhuma banda", mas a principal surpresa é a de que a Ludwig-Van, produtora que tem em seu currículo o segundo álbum daquele magnífico gênio da música popular brasileira contemporânea chamado Otto, é a responsável por esta inominável ofensa. Seria então a Ludwig-Van responsável por todos os outros plágios que citei? Uau, Otto já estava na minha lista negra antes, mas depois disso... Há algo pior do que lista negra? Talvez, sei lá, 'lista vodu magia negra pentagrama exame de próstata', alguma coisa assim. Otto está inaugurando essa lista! Ele e Regina Duarte.

Meu Deus, fazer esse tour pela internet me fez perceber quantos blogs escritos por completos imbecis existem hoje em dia. E eu me tornei um deles!!! AAAAARRRRGGGGHHHHHHHHHHHHHH

quinta-feira, abril 10, 2003

Como prometido, eis a primeira lista de músicas plagiadas em comerciais:

1- Madonna, 'Beautiful Stranger' - O primeiro caso (de que eu me lembro, isto é). No comercial tinha uma garota vestida de calcinha pulando pra cima e pra baixo em cima de uma cama, portanto a única possibilidade é a de que tenha sido um comercial de absorvente.

2- Cranberries, 'Just my Imagination' - Também não me lembro exatamente de que marca ou produto era o comercial, mas era bem na cara.

3- Meredith Brooks, 'Bitch' [Seda Pro-Color] - Agora a descaração realmente começa. Depois deste anúncio a quantidade de músicas plagiadas em comerciais aumentou assustadoramente. Os exemplos a partir de agora são bem mais recentes, e com certeza vocês se lembrarão de algum à medida que eu continuar citando-os.

4- Garbage, 'Cherry Lips' [Rexona] - Argh, esse é de lascar. O comercial mostrava uma mulher correndo no meio da cidade e parando toda vez que aparecia um cara na frente dela. A grande sacada dos responsáveis por esta aberração foi mudar o verso "go baby go" para "run baby run" (...). Sendo uma das onze pessoas no Brasil que ouviu o último disco do Garbage no ano passado, eu fiquei especialmente indignado com essa, ainda mais depois que plagiaram outra canção do mesmo album, 'Shut Your Mouth', em outro comercial, mas infelizmente não me lembro da sua marca ou produto.

5- Cat Stevens, 'Wild World' [America On-Line] - Este é, provavelmente, o comercial mais ofensivo já concebido na face da terra, e não só pelo fato de que a música plagiada é um clássico. Basicamente, o anúncio mostra um rapaz com a camisa abotoada até o pescoço e óculos fundo-de-garrafa se dirigindo para a casa de um amigo, que fica numa vizinhança parecida com um subúrbio norte-americano. E então, ao bater na porta da casa, o cara que atende simplesmente manda o 'nerd' pastar, enquanto o anunciante diz "Você não precisa mais da ajuda daquele nerd para acessar à internet, use America On-Line!". Este comercial é abominável em tantos aspectos que eu precisaria de um post inteiro só pra falar mal dele (talvez eu o faça em um futuro próximo). Em suma, a AOL só falta adotar o slogan "AOL: Internet pra Gente Burra".

6- Gorillaz, '19/2000' [C&A] - Um daqueles com Gisele Bündchen. Nesse a música tocava tão alto que depois fiquei pensando se o comercial não foi na verdade uma desculpa para fazerem o plágio dessa música.

7- Moby, 'Run On' [Penalty]
8- The Strokes, 'Someday' [Sprite]
9- Bruce Springsteen, 'Streets of Philadelphia' [Esplanada Card] - Nesses três últimos o plágio era tão plágio, mas tão plágio, que já não era mais plágio. Talvez um dia o nível de plágio nos comerciais chegue a tal ponto que os publicitários, sem perceber, voltarão a utilizar as versões originais das músicas.

10- Björk, 'Venus as a Boy' [Vectra] - Imaginem só, um plágio da artista mais difícil de se plagiar no mundo, a que ponto esses publicitários chegaram! Esse comercial está passando o tempo todo na TV, então ninguém tem como se desculpar se ainda não estiver convencido com os exemplos que citei até agora.

11- Cranberries, 'Dreams' [Nokia] - Pra fechar com chave de ouro. Como se não bastasse o plágio descarado que tocava no primeiro comercial (aquele em que apareciam uns modelos com o celular na frente da boca), ainda lançaram um segundo comercial do mesmo produto com uma versão remixada daquela mesma música! Remix de plágio!!! Este era um conceito abstrato para mim até assistir a esse comercial. Remix de plágio... Os publicitários não vão descansar até tornar o planeta um local impossível de se habitar para mim.

Se algum dia eu descobrir como colocar uma seção de comentários nesse blog, por favor não se esqueçam de citar mais exemplos de comerciais com músicas plagiadas que eu não tenha incluído nessa lista. Mais virão, com certeza.

terça-feira, abril 08, 2003

INTERLÚDIO 1 - Um especial em "homenagem" ao dia do profissional de marketing (isso mesmo, existe o dia do profissional de marketing)*
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(Três crianças estão sentadas num sofá)
C1 - "Poxa, não tem nada de legal passando na TV..."
C2 - "É, que chatice..."
C3 - "Precisamos de algo... especiaLLLLLL"
(Um urso polar de desenho animado aparece subitamente)
UP - "Que tal o novo cereal Snow Flakes, com flocos açucarados?"
C1,C2 & C3 - "Uau!!!"
UP - "Snow Flakes é feito de ingredientes naturais e contém vitaminas, sais minerais, e muito mais sabor!"
(O urso polar tira das calças uma tigela de cereal e, com um gesto mágico, os flocos de milho ficam cobertos de açúcar)
C1,C2 & C3 - "Queremos mais!"
(O urso polar faz outro gesto mágico e os flocos ficam cobertos com mais açúcar)
UP - "Snow Flakes tem mais energia e muito mais sabor! Peçam já para a mamãe e para o papai Snow Flakes da Nes..."
C1, C2 & C3 - "Queremos mais!!!"
UP - "..."
UP - "Ok, mais um pouquinho então"
(O urso cobre com mais açúcar os cereais)
UP - "Satisfeitos?"
C2 - "Não, seu urso, você não entendeu. Queremos mais! Mais!"
C1 - "É, queremos mais, muito mais!!!"
(As crianças começam a pular freneticamente)
UP - "Tá bom, tá bom, eu entendi! Pronto, agora vocês vão me deixar em paz?"
(A tigela está transbordando de açúcar)
C2 - "Só isso?"
C3 - "Onde está o nosso açúcar, sei urso de meia-tigela?"
UP - "Olha aqui, eu realmente não acho uma boa ideía que crianças como vocês comam toda essa quantidade de..."
C1, C2 & C3 - "QUEREMOS MAIS!!! QUEREMOS MAIS!!! MAIS!!!!!"
UP - "Aaaaaaaaaaaaaaargh!! Ok, vocês venceram!"
(Um gesto mágico depois, não se enxergam mais flocos de milho sob a camada de açúcar)
C3 - "Me dê isso aqui!"
(As crianças avançam vorazmente na tigela de açúcar. O urso polar tenta sair de fininho)
C3 (com a boca cheia de açúcar) - "Ei, ele esftá tentando ir embfora!"
UP - "Ai, pelo amor de Deus, você já não comeram açúcar o suficiente?"
C2 - "Escuta aqui, seu urso polar de araque, você veio aqui só para nos dar nosso açúcar e não vai sair daqui enquanto não tivermos nosso açúcar!!!"
(O urso tenta fugir. As crianças começam a perseguí-lo pela cozinha. Uma delas agarra o urso pelas pernas, fazendo-o desabar no chão de assoalho)
UP - "Vocês não entendem! Gastei todos os meus poderes de açúcar com vocês, preciso de um tempo para me recerregar!"
C1 - "Ei, vocês perceberam como a pele dele é branca? Talvez ele seja feito de açúcar!"
C2 - "Eu fico com as pernas!"
C3 - "A cabeça é minha!"
(O urso tenta deseperadamente alcançar uma faca de cozinha)
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*Um cumprimento a Timmyboy por esta informação

domingo, abril 06, 2003

Às vezes o ódio que eu sinto contra publicitários confunde-se facilmente com paranóia e insanidade. Em nenhum outro caso isso se torna mais evidente do que neste relato que farei agora. É de conhecimento geral que uma das táticas mais utilizadas pela publicidade moderna é associar a imagem de um produto a uma música de sucesso. De fato, em alguns casos, a canção se torna um sucesso POR CAUSA do comercial (o exemplo mais conhecido é "Fake Plastic Trees", do Radiohead, um sucesso cult que hoje em dia é conhecido como "a música do comercial do Carlinhos", e até entrou em trilha sonora de novela). Pois bem, ao que tudo indica, a publicidade brasileira entrou no próximo estágio de evolução em táticas de mercado. É até óbvio, se pararmos para pensar: "Ei, pessoal, ao invés de usarmos essa gravação em nosso comercial e pagarmos os royalties para os autores, por que não contratamos um estúdio nacional para produzir uma versão de baixa qualidade da mesma música, mexendo um pouco aqui e ali na melodia para não sermos processados por plágio, e esquecemos esta baboseira de Lei Internacional dos Direitos Autorais? Sai muito mais em conta e ninguém vai perceber!"

É, só que eu percebi. Começou há mais ou menos um ano e meio, quando assisti a um comercial de absorvente e pensei "ei, essa música de fundo é muito parecida 'Beautiful Stranger' da Madonna..." O que deixou impressionado foi que a "versão" tinha o mesmíssimo arranjo da gravação original, só que a melodia era diferente em alguns pontos estratégicos e por esta razão aquilo não poderia ser considerado plágio de acordo com a atual lei de direitos autorais. Eu tive esta mesma sensação de déja vu ao ver diversos outros comerciais desde então, e, é claro, minha indignação foi aumentando. O problema era que aparentemente eu era a única pessoa que estava ciente desse problema, e então comecei a fazer uma lista de todos os comerciais, suas marcas, e as músicas copiadas pelos mesmos. Se você ainda não acredita no que eu escrevi, aguarde minha próxima mensagem, na qual prometo publicar a tal lista. Quem sabe então você se convença de que os publicitários responsáveis pelas obras citadas são PLAGIADORES DESCARADOS! DESCARADOS!!!

quinta-feira, abril 03, 2003

Esta semana eu vi no intervalo do Fantástico (não me perguntem por que eu estava assistindo ao Fantástico nessa hora) um comercial de Washington Olivetto, ou quem quer que tenha sido o criador daquilo, que supostamente deveria ser um daqueles comerciais super criativos que faz es pessoas ficarem emocionadas ou pensarem bastante a respeito ou algo assim, mas que causou em mim um efeito adverso (como já era de se esperar). Basicamente, o comercial tinha era uma tela completamente branca com o locutor do programa político de José Serra (já comecei a odiar o comercial a partir daí) falando coisas do tipo "esse não é um comercial do omo, ariel, dove, etc, etc". Eu não me lembro exatamente do texto do comercial, mas a tal da mensagem que eles queriam passar era a de que aquilo era pra ser um comercial para vender PAZ e como PAZ ainda não é um produto para ser vendido em escala industrial, vamos começar a vender PAZ parar nossos amigos, familiares, próximos, blablablabla. Isso deveria me deixar emocionado? Eu deveria lamentar o fato de que paz ainda não é um produto que possa ser vendido? Todo a tentiva de "traduzir" o significado universal da paz para a linguagem do capitalismo e do consumismo feita por este anúncio, como se a sociedade hoje em dia só consiguisse compreendê-lo desta forma, com jargões do tipo "mercado", "produto" e "custo-benefício", me deixou enojado. É uma época triste para a humanidade. Era de se esperar que os recentes eventos internacionais despertassem um certo grau de lucidez no povo deste país, mas parece ser inútil resistir. ELES já venceram há muito tempo.
Ok, parece que tudo quanto é comercial passando agora na TV tem uma piada idiota de silicone no meio. Dá até pra pensar que todos estes comerciais são obra de um mesmo picareta que resolveu vender a tal idéia do silicone para o máximo de agências publicitárias possível ao mesmo tempo. Ou será um sinal dos tempos?

terça-feira, abril 01, 2003

Aqui estou eu, depois de jurar para mim mesmo que jamais começaria um blog depois de que todos os meus amigos o fizeram. Não que a idéia de possuir um espaço personalizado dedicado exclusivamente à exposição de besteirol auto-indulgente não seja atraente, muito pelo contrário. Meu único problema é ser obcecado com individualidade, mesmo que esta signifique sacrificar bens materiais e as minhas chances de obter contato social tedioso e protocolar. Mas não se enganem, leitores inexistentes: escrevo, sim, mas apenas por absoluta falta do que fazer. Talvez eu até abandone esta página, num futuro próximo, quando finalmente tiver uma vida própria.

Eu sempre tive a fantasia de ser escritor. Acho que cada pessoa se sente mais inteligente e mais interessante do que todo o resto da humanidade só porque possui a capacidade de ouvir seus próprios pensamentos, e por isso elas escrevem blogs. Talvez não tenham a certeza, como eu, de que não possuem nenhum talento como escritor, e escrevem assim mesmo. Talvez também por esta razão tantos livros ruins sejam publicados hoje em dia. Mas quem sou eu para julgar? Não sou escritor, tampouco leitor assíduo da literatura moderna e contemporânea. Agora mesmo pensei em interromper este blog e só voltar a escrever depois de já ter lido uma quantidade no mínimo aceitável de livros para me poupar do constrangimento, mas desisti dessa idéia quase instantaneamente. Afinal, não é como se alguém de fato fosse ler o que está escrito aqui.

Não esperem que eu passe o resto da minha existência publicando nesta página minha lista de filmes, bandas, celebridades ou sei-lá-o-quê favoritos. As pessoas ficam parecidas demais umas com as outras quando têm sua individualidade reduzida a uma lista de interesses. O mínimo que eu oferecerei, talvez, serão pistas involuntárias. Também não esperem que eu escreva com uma freqüência pré-estabelecida nesta página; como já mencionei, não ofereço nenhuma garantia de que algum dia voltarei a escrever aqui. Alguém poderia até reclamar e dizer que este blog não é interessante; eu não me importo. Ninguém vai ler, mesmo.